Economia

Argentina vende títulos em pesos no exterior pela 1ª vez desde o governo Macri e arrecada US$ 1 bi

Títulos em pesos, com vencimento em cinco anos, oferecem uma taxa de juros de 29,5%, superando as expectativas de alguns bancos locais

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 28 de maio de 2025 às 20h14.

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A Argentina realizou uma emissão de títulos de dívida em moeda local para investidores estrangeiros, arrecadando cerca de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,2 bilhões). Esse montante visa fortalecer as reservas do banco central, um mês após o governo do presidente Javier Milei suspender a maior parte dos controles cambiais, segundo informações da Bloomberg.

Considerado pelo governo como uma volta ao mercado global, o leilão marca a primeira emissão de dívida local direcionada quase exclusivamente a investidores de Wall Street desde o governo de Mauricio Macri (2015-2019).

Os títulos em pesos, com vencimento em cinco anos, oferecem uma taxa de juros de 29,5%, superando as expectativas de alguns bancos locais, afirmou o secretário de Finanças, Pablo Quirno, em redes sociais nesta quarta-feira, 28.

Proteção dos investidores

Com opção de recompra após dois anos, os papéis permitem que investidores saiam antes da eleição presidencial prevista para 2027, o que confere uma espécie de “seguro-eleição”.

Essa operação integra uma estratégia da equipe de Milei para aumentar as reservas em moeda estrangeira antes de um momento decisivo relacionado ao acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Quirno também informou que o Tesouro argentino recebeu 146 propostas de investidores estrangeiros, totalizando cerca de US$ 1,7 bilhão.

Além disso, foram vendidas diversas opções em pesos para o mercado interno, como notas de curto prazo com vencimento entre junho e novembro de 2025, e alguns títulos com vencimento em 2026.

Investidores destacaram os esforços do governo para controlar a inflação e corrigir déficits fiscais, além de tentar impulsionar o crescimento econômico, desafios que dificultaram gestões anteriores.

No entanto, Javier Milei ainda enfrenta obstáculos. Desde o empréstimo de US$ 12 bilhões do FMI no mês ado, as reservas do banco central vêm caindo. Até o momento, Milei rejeita a necessidade de acumular reservas, levando em consideração o regime cambial flutuante.

Segundo o acordo com o FMI anunciado em abril, a Argentina se comprometeu a acumular cerca de US$ 4,4 bilhões em reservas internacionais líquidas entre o fim de março e meados de junho, mas estimativas privadas indicam que o país ainda está longe de alcançar essa meta.

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