Na visão de Mauro Mendes, 'nenhum time ganha se técnico for ruim', e reeleição pode atrapalhar realização de mudanças sensíveis e profundas (Divulgação)
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Publicado em 10 de junho de 2025 às 19h36.
Em participação no 4º Fórum Esfera, o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, fez um chamado à classe política para que uma agenda de mudanças estruturais que resultem em equilíbrio fiscal seja levada em frente pelo governo central.
“Reformas estruturais são impopulares e dependem de mudanças normativas. Fizemos um duro ajuste fiscal em Mato Grosso, fui vaiado por produtores rurais, servidores e pela indústria. Cortamos incentivo fiscal no comércio e também fomos vaiados pela área comercial”, apontou.
Segundo Mendes, o ajuste nas contas do estado, realizado por sua gestão, levaram ao aumento na capacidade de investimento pela istração pública, que atualmente investe aproximadamente 20% do que arrecada.
“Temos um país em que a iniciativa privada vai bem, o agro vai bem, boa parte da indústria vai bem. O setor bancário é robusto. Por que o governo está quebrando, com juros estratosféricos?”, prosseguiu.
“Tínhamos um estado que era um grande produtor do agro, a economia privada ia razoavelmente bem, mas o governo estava quase quebrando, com salários atrasados, cadeia de fornecedores interrompida e rees a municípios atrasados. Essa fotografia muitas vezes nós encontramos em estados, municípios e no governo federal. O que faz a diferença não é só saber o que fazer, mas ter coragem e estratégia para fazer”, frisou.
Fim da reeleição
Na visão do governador, “nenhum time ganha se o técnico for ruim”. E entre as dificuldades está o fato de que, culturalmente, a classe política – seja em escala municipal, estadual ou federal – está mais engajada em buscar a reeleição a qualquer preço do que implementar mudanças profundas na sociedade, e que podem se tornar perenes, principalmente na área fiscal. Por isso, ele defende o fim da reeleição.
“A classe política está desconectada dos reais objetivos desse país. Em Brasília sempre vai ter um político interessado primeiramente com a sua reeleição. Já pensou se em uma empresa fosse assim, com conselho de istração que conspira contra a diretoria?”, questionou.