Além de aliviar a situação financeira da companhia, o acordo evita custos adicionais com garantias judiciais (Dado Galdieri/Bloomberg/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 14 de junho de 2025 às 09h46.
A Americanas S.A., em recuperação judicial, firmou um acordo individual com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para a regularização de suas dívidas fiscais. A transação envolve um montante total de R$ 865 milhões e contempla um desconto de 100% sobre juros e multas, limitado a 70% do valor consolidado do débito.
Após a aplicação dos descontos, que somam mais de R$ 500 milhões, o saldo remanescente será quitado por meio de conversão de depósitos judiciais, utilização de créditos de prejuízos fiscais e pagamento em parcela única com recursos próprios. Segundo a empresa, os efeitos do acordo estarão refletidos nas demonstrações financeiras do segundo trimestre de 2025.
Além de aliviar a situação financeira da companhia, o acordo evita custos adicionais com garantias judiciais, honorários advocatícios e outras despesas processuais. A negociação contou com assessoria do escritório Bichara Advogados.
Em 2024, a Americanas saiu do buraco. Resta, agora, subir a montanha. É essa a analogia da CFO da varejista, Camille Faria. A companhia concluiu 2024 com um lucro líquido de R$ 8,28 bilhões, contra um prejuízo de R$ 2,2 bilhões de 2023.
O número, porém, é inflado pelos efeitos da recuperação judicial, como haircut (desconto de dívida) dos credores financeiros.
Ainda assim, o retrato é melhor do que o que se tinha após a descoberta dos R$ 20 bilhões em fraudes contábeis.
“Viemos de um Ebitda muito negativo. A grande notícia é que conseguimos ajustar o Ebitda, mesmo após os custos da recuperação judicial, com uma recuperação de impostos e estorno de provisões para obsolescência de estoque”, diz a executiva.