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Um refresco no meio do caos tarifário? Estes analistas recomendam ações da Heineken

Cervejaria holandesa se destaca como uma oportunidade sólida de crescimento, com marcas e foco em mercados emergentes, aponta a Barron's

Heineken (Stella de Smit/Unsplash)

Heineken (Stella de Smit/Unsplash)

Publicado em 1 de maio de 2025 às 11h01.

Em meio ao vai e vem das tarifas, um nome bastante conhecido pelos brasileiros tem atraído olhar também dos investidores americanos: a Heineken.

A cervejaria holandesa se mostra como uma oportunidade sólida para quem quer se proteger da turbulência nos Estados Unidos sem abrir mão de crescimento — e ainda com desconto no preço na bolsa, aponta a Barron's, uma das mais respeitadas publicações globais sobre mercados.

Presente em mais de 70 países, a Heineken é dona de marcas como Amstel, Dos Equis, Lagunitas, Red Stripe e Tiger. Menos de um terço de sua receita vem dos Estados Unidos, um alívio em tempos de desaceleração do consumo no país e ameaças de guerra comercial.

“A Heineken tem muito pouca exposição aos EUA e está negociando a múltiplos mais baixos do que a média histórica, mesmo com boas perspectivas de crescimento”, disse Brian Krawez, presidente da gestora Scharf Investments, em entrevista ao portal.

A receita da cervejaria holandesa vem de uma combinação poderosa: marcas com forte poder de precificação nos países desenvolvidos, e um pé firme nos emergentes — Brasil incluso —, de onde vem a maior parte de seus lucros.

A marca Heineken é hoje a que mais cresce no segmento globalmente.

“Nos mercados emergentes, álcool é uma forma ível de aproveitar tanto os bons momentos quanto os ruins”, diz Roger de Bree, sócio da gestora Tweedy Browne (que parece conhecer mesmo os hábitos de consumo nos trópicos). “A Heineken é a marca de cerveja mais versátil do mundo.”

A Heineken está atenta às mudanças no comportamento do consumidor e ampliando sua presença no mercado de bebidas com baixo ou nenhum teor alcoólico, como a Heineken 0.0, uma das pioneiras entre as grandes marcas nesse segmento.

De acordo Sarah Simon, analista do Morgan Stanley, as cervejarias têm uma vantagem sobre os fabricantes de destilados, pois “a cerveja está melhor posicionada diante da tendência de moderação no consumo de álcool”.

Lucro em alta

A Heineken divulgou crescimento orgânico de volume e receita no primeiro trimestre e manteve suas projeções para o ano fiscal de 2025, mesmo diante da pressão cambial e do cenário econômico incerto. A concorrente Diageo, dona de marcas como o whisky Johnnie Walker e o gin Tanqueay, na contramão, retirou seu guidance pela baixa clareza no novo cenário.

No entanto, a Heineken não está isenta de riscos. Além das flutuações nas taxas de câmbio, que a empresa apontou como um obstáculo, as marcas da companhia podem enfrentar um crescimento mais lento em um ambiente de recessão, onde os consumidores tendem a reduzir gastos e optar por produtos mais baratos.

A expectativa dos analistas é de que o lucro por ação da empresa cresça quase 10% em 2025, chegando a US$ 2,80, com nova alta no ano seguinte.

Os ADRs negociados nos EUA são vendidos hoje a 15,4 vezes o lucro projetado — bem abaixo da média de 20 vezes dos últimos cinco anos. O múltiplo EV/Ebitda também está em patamar considerado barato para o setor.

Com dívida em queda, recompra de ações e envolvimento ativo da família fundadora na gestão, a cervejaria ganha pontos em governança e disciplina financeira. “Há dois anos espero uma explosão nos lucros da Heineken”, afirma Bree. “Se pudéssemos ter mais ações como essa na carteira, teríamos.”

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