Sexta-feira 13: data ficou famosa na cultura pop ((Imagem feita com Inteligência Artificial))
Redação Exame
Publicado em 13 de junho de 2025 às 07h16.
A sexta-feira 13 é uma data amplamente reconhecida em muitas culturas ocidentais como um dia de azar, cercada de superstições, lendas e crenças populares. O medo associado a esse dia é conhecido como parascevedecatriafobia (medo da sexta-feira 13) ou triscaidecafobia (medo do número 13). Para muitos, essa combinação de fatores cria um clima de apreensão, mas qual é a origem e o impacto cultural dessa superstição?
A origem exata da superstição é desconhecida, mas existem várias teorias e influências históricas, religiosas e culturais que ajudaram a construir essa reputação. Uma das explicações mais difundidas vem da religião cristã, que associa o número 13 à Última Ceia, onde Jesus e seus 12 discípulos, incluindo Judas, o traidor, estavam presentes. O fato de a crucificação de Cristo ter ocorrido numa sexta-feira contribuiu ainda mais para a carga negativa desse dia. A combinação de sexta-feira e o número 13 se fortaleceu na imaginação popular como um símbolo de infortúnio.
Outra versão vem da mitologia nórdica, onde Loki, o deus da discórdia, ao ser excluído de um banquete entre 12 deuses, apareceu e causou um caos que resultou na morte de um dos presentes. Essa história reforçou a ideia de que encontros com 13 pessoas podem trazer desgraça. O número 13 é considerado um número de ruptura em várias culturas, pois quebra a perfeição associada ao número 12, um símbolo de harmonia e equilíbrio.
Durante a Idade Média, a sexta-feira já tinha uma conotação negativa, associada à crucificação e à reunião das bruxas, frequentemente descritas como praticantes de rituais satânicos, algo que contribuiu para o aumento da superstição em torno desse dia.
A religião cristã desempenha um papel crucial na formação da superstição relacionada à sexta-feira 13.
A Última Ceia, com 13 pessoas à mesa, e a traição de Judas Iscariotes, o 13º discípulo, são elementos frequentemente mencionados para explicar o temor em torno do número. Além disso, a crucificação de Cristo na sexta-feira ampliou ainda mais a ideia de que a combinação dessa data e número seria sinônimo de infortúnio.
Na mitologia nórdica, a lenda de Loki, o deus da discórdia, também contribui para a associação do número 13 com o azar.
Quando Loki, não convidado, compareceu a um banquete entre 12 deuses, causou um grande desastre que culminou na morte de um dos deuses presentes. Essa história, com sua forte conotação de caos, ajudou a reforçar a crença de que encontros com 13 pessoas poderiam trazer infortúnio.
O número 12 é considerado um símbolo de perfeição em várias culturas: 12 meses do ano, 12 signos do zodíaco, 12 tribos de Israel, entre outros.
Assim, o número 13, por vir logo após o 12, é visto como a quebra dessa harmonia, trazendo desequilíbrio e caos. Esse simbolismo é uma das razões pelas quais o 13 é tão temido e associado ao azar.
Durante a Idade Média, a sexta-feira ou a ser associada ao mal e ao sobrenatural, especialmente com a crescente demonização dos cultos pagãos.
A Inquisição e a perseguição de bruxas contribuíram para criar uma imagem negativa da sexta-feira, associando-a a rituais ocultos e práticas demoníacas. Essa associação histórica reforçou a ideia de que a sexta-feira, especialmente quando combinada com o número 13, era um dia de azar.
A sexta-feira 13 ganhou grande visibilidade no século XX, especialmente após o lançamento do romance Friday, the Thirteenth em 1907, que explorava o tema do azar. Nos anos 1980, a franquia de filmes Sexta-feira 13, com o personagem Jason Voorhees, consolidou ainda mais a data como um símbolo de terror e tragédia.
O cinema e a literatura de terror ajudaram a solidificar a associação da sexta-feira 13 com acontecimentos de medo e mistério, transformando a superstição em um ícone da cultura pop.
Além das explicações históricas, muitas superstições populares associadas à sexta-feira 13 continuam a ser seguidas por aqueles que acreditam no poder do azar. Práticas como não ar embaixo de escadas, não quebrar espelhos e não sair em grupos de 13 pessoas são algumas das formas de tentar evitar a má sorte. Essas crenças, embora sem fundamento científico, fazem parte de uma tradição cultural que se perpetua ao longo do tempo.
Embora a sexta-feira 13 seja considerada um dia de azar em muitas culturas ocidentais, em outras partes do mundo, a superstição está associada a outras datas. Em países hispânicos, por exemplo, o dia de azar é a terça-feira 13. Já na Itália, o dia de azar é a sexta-feira 17, uma data vista com maus presságios na cultura italiana. Essas variações mostram que, enquanto o conceito de azar é universal, as datas e os números associados a ele podem variar conforme a cultura.
Estudos científicos mostram que a sexta-feira 13 não traz riscos adicionais para eventos como cirurgias ou emergências. A ideia de que o dia é mais perigoso ou que aumenta a chance de acidentes é simplesmente uma crença popular, sem base científica. O azar associado à sexta-feira 13 é, portanto, uma construção cultural, não um fenômeno que pode ser comprovado por dados ou experimentos.